Amapá: TJ-AP Julgará Promotor de Justiça Por Criticar verba Indenizatória dos Deputados Estaduais

Qunta Feira, 17 de Maio de 2012



  

O Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (Tjap), reunido em plenário, ontem de manhã, acatou parcialmente ação penal privada impetrada indivi-dualmente por 21 dos 24 deputados da Assembleia Legislativa contra o promotor público do patrimônio, Adauto Luiz do Valle Barbosa, acusando-o da prática dos crimes de calúnia, injúria e difamação. Os deputados que se abstiveram da ação foram Isaac Alcolumbre (DEM) e Cristina Almeida e Agnaldo Balieiro, ambos do PSB.

A ação penal dos parlamentares foi inspirada por declarações do promotor Adauto Barbosa, na imprensa, de que os então R$ 100 mil que cada deputado recebia mensalmente, a título de verba indenizatória, eram gastos em benefício próprio e para a satisfação dos seus interesses políticos e eleitoreiros.

O pleno do Tjap decidiu acatar a iniciativa dos deputados estaduais, considerando contra o promotor público do patrimônio apenas a acusação de difamação, desconsiderando a calúnia e a injúria citadas na ação penal.

A verba indenizatória, regimentalmente adotada nos parlamentos brasileiros para cobrir despesas de gabinete de deputados estaduais, deputados federais e senadores, no caso do Amapá, em virtude de fartas divulgações na mídia contra o valor de R$ 100 mil, foi reduzida para R$ 50 mil, através de ato da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

A análise inicial da ação penal privada começou na sessão plenária do Tjap do dia 9 passado, quando o desembargador Carmo Antônio pediu vistas para melhor analisar a peça, depois que o relator, juiz convocado Eduardo Contreras, concluíra que na acusação não via crimes cometido pelo promotor do patrimônio, tendo o voto seguido pelo desembargador Dôglas Evangelista.

Ontem, Carmo Antônio manifestou que no seu sentir o promotor Adauto Barbosa cometeu crime de difamação, posicionamento em seguida tomado pelos desembargadores Gilberto Pinheiro e Raimundo Vales, além do juiz convocado Rui Guilherme.

Agora, o Tribunal de Justiça do Amapá prossegue com o processo contra o promotor de justiça do patrimônio, tendo-o como acusado de crime de difamação, até o julgamento do mérito da ação penal privada impetrada pelos 21 deputados estaduais do Amapá.

Contactado pelo programa “Café com Notícia” (Diário FM 90,9), ontem, o promotor Adauto Barbosa preferiu o silêncio, segundo ele, para não prejudicar a estratégia que monta para a sua defesa. Consta, porém, que ele recorrerá da decisão do Tjap junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Paralelamente à ação penal no Tribunal de Justiça do Estado do Amapá, os 21 deputados impetraram ação civil contra o promotor Adauto, por danos morais, com cada um pedindo R$ 100 mil de indenização. Isso soma R$ 2,1 milhões.

No caso de condenação, os R$ 2,1 milhões serão pagos aos deputados, pelo governo do estado que, por sua vez, poderá ingressar na Justiça com ação regressiva contra o promotor Adauto Luiz do Valle Barbosa, pedindo o ressarcimento da importância. 





Fonte: diariodoamapa 


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