Opinião: Trânsito, táxi e películas...
Segunda Feira, 21 de Janeiro de 2013
por Marcos Mairton *
Tenho andado mais de táxi nos últimos meses. Convenhamos, está cada vez mais cansativo e arriscado dirigir nas grandes cidades brasileiras.
São carros demais para ruas de menos, todo mundo se espremendo, tentando ganhar um metro ou um segundo. Uma verdadeira corrida maluca, na qual há mais Dicks Vigaristas que Peters Perfeitos.
É bem verdade que o passageiro do táxi continua em meio ao trânsito caótico, mas, no banco do passageiro pode-se ler, telefonar ou contemplar a confusão ao redor. E se o táxi se envolver em algum acidente leve, sem feridos, é possível simplesmente tomar outro ou continuar a viagem a pé.
Também tenho levado em conta a necessidade de se estacionar. Nem sempre há um estacionamento perto do lugar para onde você vai. Se houver e não estiver lotado, sabe-se que o custo da permanência do carro ali aumentará a cada hora ou fração.
Desconsidero a possibilidade de estacionar na rua, porque, além de inseguro, achar uma vaga está cada vez mais difícil.
Finalmente, tem a questão da Lei Seca. Quem bebe e dirige sabe que, além de aumentar o risco de acidentes, poderá ser multado, preso e exposto publicamente como um bêbado irresponsável, ainda que não o seja...
Pra que se expor a tal risco? Melhor fazer como Angélica nos anos oitenta.
Só uma coisa tem me incomodado nessa opção pelo táxi. São as películas escuras instaladas em boa parte deles, impedindo o potencial freguês de ver se há alguém lá dentro.
Reconheço que o vidro escuro protege dos raios solares, melhora o desempenho do ar-condicionado e até dá um pouco mais de privacidade para quem já está dentro do carro. Mas, se estou cá do lado de fora, como é que eu vou saber se outra pessoa não está sentada no banco do passageiro? É estranho acenar para um táxi sem saber se ele está ocupado.
Parece que não sou o único incomodado. No primeiro dia do ano li a notícia de que as tais películas serão proibidas no Rio Janeiro.
Acho que nem precisava tanto. Bastava o pessoal usar uma peliculazinha mais clara e eu me daria por satisfeito. Será que é pedir muito?
* o autor é Juiz federal e escritor
* * texto publicado originalmente no Diário do nordeste de 20.01.13
extraído na íntegra
imagem de http://www.direitoce.com.br/16149/
por Marcos Mairton *
O juiz federal Marcos Mairton, titular da Comarca de Quixadá-Ce
Tenho andado mais de táxi nos últimos meses. Convenhamos, está cada vez mais cansativo e arriscado dirigir nas grandes cidades brasileiras.
São carros demais para ruas de menos, todo mundo se espremendo, tentando ganhar um metro ou um segundo. Uma verdadeira corrida maluca, na qual há mais Dicks Vigaristas que Peters Perfeitos.
É bem verdade que o passageiro do táxi continua em meio ao trânsito caótico, mas, no banco do passageiro pode-se ler, telefonar ou contemplar a confusão ao redor. E se o táxi se envolver em algum acidente leve, sem feridos, é possível simplesmente tomar outro ou continuar a viagem a pé.
Também tenho levado em conta a necessidade de se estacionar. Nem sempre há um estacionamento perto do lugar para onde você vai. Se houver e não estiver lotado, sabe-se que o custo da permanência do carro ali aumentará a cada hora ou fração.
Desconsidero a possibilidade de estacionar na rua, porque, além de inseguro, achar uma vaga está cada vez mais difícil.
Finalmente, tem a questão da Lei Seca. Quem bebe e dirige sabe que, além de aumentar o risco de acidentes, poderá ser multado, preso e exposto publicamente como um bêbado irresponsável, ainda que não o seja...
Pra que se expor a tal risco? Melhor fazer como Angélica nos anos oitenta.
Só uma coisa tem me incomodado nessa opção pelo táxi. São as películas escuras instaladas em boa parte deles, impedindo o potencial freguês de ver se há alguém lá dentro.
Reconheço que o vidro escuro protege dos raios solares, melhora o desempenho do ar-condicionado e até dá um pouco mais de privacidade para quem já está dentro do carro. Mas, se estou cá do lado de fora, como é que eu vou saber se outra pessoa não está sentada no banco do passageiro? É estranho acenar para um táxi sem saber se ele está ocupado.
Parece que não sou o único incomodado. No primeiro dia do ano li a notícia de que as tais películas serão proibidas no Rio Janeiro.
Acho que nem precisava tanto. Bastava o pessoal usar uma peliculazinha mais clara e eu me daria por satisfeito. Será que é pedir muito?
* o autor é Juiz federal e escritor
* * texto publicado originalmente no Diário do nordeste de 20.01.13
extraído na íntegra
imagem de http://www.direitoce.com.br/16149/
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