Notícias da Justiça Militar
Sábado, 28 de Abril de 2012
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Major que pediu dinheiro em nome da Aeronáutica é condenado no STM
Brasília, –
O Superior Tribunal Militar (STM) manteve a condenação de um major da
Aeronáutica acusado de usar o nome da Força Aérea para pedir patrocínio
de eventos e depois se apropriar dos valores arrecadados.
Segundo o Ministério Público Militar, o
major C.H.P integrava a Seção de Comunicação Social do Estado-Maior da
Aeronáutica (EMAER), entre os anos 2003 e 2004, ocasião em que
confeccionou diversos ofícios e os remeteu a empresas privadas e órgãos
públicos solicitando doação em dinheiro para patrocinar eventos.
Para produzir os documentos, ele
falsificava a assinatura do oficial-general chefe do órgão. Em um dos
casos, pediu à empresa de aviação VASP uma quantia de cinco mil reais
para a suposta confecção de um painel em afresco, de 5,0 x 2,5m, que
iria reproduzir o trabalho do EMAER em diversos momentos da história da
Aeronáutica.
Em outros documentos, o militar teria
pedidos patrocínios a instituições como a Construtora Odebrecht, Banco
do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Santos.
Nos documentos, o militar indicava sua
conta bancária, de sua mulher ou de empresas pertencentes a familiares
dele, onde os valores deveriam ser depositados. Nas empreitadas, ele
conseguiu êxito em quatros das nove entidades abordadas.
Depois de descoberta a fraude, o militar
confessou que os valores eram para cobrir um tratamento médico de sua
mulher. Após as denúncias, o acusado pediu demissão da Força Aérea
Brasileira.
O major foi denunciado pelo Ministério
Público Militar noves vezes no crime previsto no artigo 251 do Código
Penal Militar - estelionato -, quatro na forma consumada e cinco na
forma tentada. Em juízo, negou todas as imputações.
No julgamento de primeiro grau, ocorrido
na Auditoria Militar de Brasília, em 2004, o major foi condenado a três
anos de reclusão.
A defesa recorreu ao STM, primeiramente
em sede de preliminar, arguindo a incompetência da justiça castrense
para julgar o feito e, posteriormente, solicitando a prescrição dos
crimes em sua forma tentada. No mérito, a defesa solicitou a absolvição
do réu, por não ter havido prejuízos financeiros à Administração
Pública Militar.
Ao analisar a apelação, o relator do
caso, ministro José Coêlho Ferreira, acatou o pedido de uma das
preliminares, a de prescrição dos crimes da forma tentada, diminuindo a
pena do réu em oito meses. Porém, o relator informou que a Justiça
Militar da União era o foro competente para discutir a ação, como já
decidido anteriormente pela Corte.
No mérito, o ministro negou provimento
ao apelo defensivo, informando serem “robustas as provas dos autos que
ratificariam a autoria e materialidade do delito de estelionato
praticado pelo major”.
O ministro também negou o pedido de
diminuição de pena alegado pela defesa, com base no fato de o réu
devolvido os valores recebidos da Caixa Econômica Federal. Segundo o
relator, para ter o benefício à redução da pena, o réu teria que ter
devolvido todos os valores e não apenas de uma das instituições, pois o
crime foi considerado na sua forma continuada.
O Plenário da Corte acatou o voto do relator por unanimidade e
manteve a condenação reduzindo a pena do major para dois anos e quatro
meses de reclusão.&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
Eleita a primeira mulher para o cargo de juiz-auditor corregedor da JMU
Na última quarta-feira (18), o Plenário
do Superior Tribunal Militar elegeu a juíza-auditora da Auditoria
Militar de Juiz de Fora (4ª CJM), Doutora Eli Ribeiro de Britto, para o
cargo de juiz-auditor corregedor da Justiça Militar da União. A
magistrada já ocupou os cargos de advogada de ofício da Justiça Militar
da União no Rio de Janeiro e de juíza militar em Manaus (AM), em Campo
Grande (MS) e em São Paulo (SP). Agora a doutora Eli assume a vaga
deixada pelo doutor Alceu Alves que se aposentou neste mês. Veja a
seguir entrevista que a magistrada concedeu após a sua eleição.
Quais são as prioridades ao assumir a corregedoria?
A minha prioridade é a integração com os
colegas. Nem que seja por meio de videoconferências como ocorreu no
“Seminário de Gestão Estratégica e Liderança”, o que foi o maior
sucesso. Eu quero falar com todos os meus colegas e pedir para que todos
colaborem com suas opiniões e colocar para eles o que eu pretendo fazer
e como eu pretendo fazer, sem representações e sem necessidade de
coisas inócuas. Não cabe ao corregedor ficar representando, trata-se
mais de uma fiscalização que pode ser feita com maior integração entre
os colegas. Estou muito otimista.
O que significa ter sido eleita juíza-auditora corregedora para a sua carreira?
Posso dizer que é o ápice da minha vida
profissional. Eu já entrei mais tarde porque vim de uma família muito
humilde, eu sou órfã de herói de guerra, comecei a estudar tarde e
comecei a fazer concurso tarde. Então isso para mim está sendo a
coroação da minha carreira, da minha luta, de menina pobre à corregedora
da Justiça Militar. Eu acho que o maior desafio é ser eu mesma,
continuar a ser eu mesma nesse novo posto.
Fonte em ambas
Portal do STM
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