Economia: Número de empresas em crise que pedem proteção da Justiça bate recorde; H-Buster pede concordata;

Sábado, 27 de Abril de 2013


Leandro Modé, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O número de pedidos de recuperação judicial disparou no primeiro trimestre e levanta dúvidas sobre a velocidade de retomada da economia brasileira em 2013. Segundo dados compilados pela Serasa Experian, foram 247 pedidos entre janeiro e março, quantidade recorde desde que a nova Lei de Falências entrou em vigor no País, em meados de 2005.
"É um momento pior que o de 2009, quando as empresas brasileiras sofreram os efeitos da crise internacional", disse o advogado Fernando De Luizi, sócio de um dos maiores escritórios do Brasil nessa área. "Nós entramos com 27 pedidos até hoje (ontem), mais que o dobro se compararmos com o mesmo período do ano passado."
A recuperação é um expediente ao qual uma empresa recorre quando sua situação financeira chegou a um limite crítico. Caso seja deferida pela Justiça, significa, entre outras coisas, que a companhia em questão tem suspensas suas obrigações vencidas ou a vencer até a aprovação de um plano de recuperação por parte de seus credores. Segundo esse profissional, que dirige um dos maiores bancos do País, o cenário para as pequenas e médias empresas, em especial, é preocupante. "É triste, mas estamos assistindo a um filme muito parecido ao de 2012", afirmou. "Estou certo de que vamos crescer mais do que o 0,9% do ano passado, mas não acredito que a alta do PIB chegue a 3%. Está mais para 2,5%."
De Luizi relatou à reportagem um exemplo real de maior seletividade no crédito. "O problema não é o custo, que realmente diminuiu, mas a exigência de garantias. Hoje, uma empresa consegue levantar entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões ao oferecer como garantia um imóvel de R$ 40 milhões. Há alguns anos, ela conseguia obter R$ 35 milhões", comentou.
A Boa Vista, que administra o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), nota que tanto o número de pedidos de recuperação judicial quanto de falências continuam elevados. "Mas nossa expectativa é de melhora ao longo do ano", disse o economista Flávio Calife.


H-Buster: fabricante de som automotivo pede concordata


























A operação de som automotivo é lucrativa e é o principal ramo da empresa. No entanto, com dívidas de mais de R$ 500 milhões, a H-Buster teve que pedir concordata por causa de bloqueio financeiro pedido por um banco credor. Com fábricas em Manaus (TV e notebook) e em Cotia/SP (som automotivo), a empresa emprega 2.200 funcionários e no ano passado faturou R$ 1 bilhão no total.
O plano de recuperação financeira pretende colocar à venda a divisão de TV e notebook por R$ 800 milhões, o que daria para pagar as dívidas e centrar as atenções no setor automotivo, onde a H-Buster fez nome e ainda é um dos principais fabricantes do mercado nacional.






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