Artigo: Marcio Thomaz Bastos estimula Animosidade...
25/08/2012
Por Reinaldo Azevedo
Por Reinaldo Azevedo
Fonte: Vejaonline
na íntegra
Por Reinaldo Azevedo
Márcio Thomaz Bastos já prevê vitória no Supremo, posa de vítima e estimula animosidade de advogados contra o STF. Não é por acaso que custa tão caro!
O advogado Márcio Thomaz Bastos agora deu para adivinhar como vão votar os ministros do Supremo Tribunal Federal. Apelidado de “Deus” por alguns de seus pares, resolveu demonstrar a sua onisciência. Impressionado com a defesa que o ministro Ricardo Lewandowski fez de João Paulo — de deixar corado seu defensor oficial, Alberto Toron —, ele mandou brasa. Homenageado em almoço oferecido pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), no Jockey Club, ontem, especulou sobre o voto do ministro-defensor: “Acho que é um começo de reconhecimento da procedência dessa tese. De certa maneira, é uma vitória da tese do caixa 2, que não fui eu quem criou, apesar dessa lenda urbana aí de que fui eu quem inventou”.
Não foi mesmo! A tese é de Arnaldo Malheiros, que defende Delúbio Soares. A primeira coisa encantadora na fala do doutor é a linguagem propriamente dita: como se nota, é uma “tese criada”. Eu nunca duvidei, é claro!
Bastos resolveu também exercitar seu lado de vítima, como informa reportagem de Fausto Macedo, no Estadão. Leiam trecho. Volto depois:
Na palestra para cem advogados, o ex-ministro protestou contra a censura que sofreu por ter defendido o contraventor Carlos Cachoeira – até um amigo, professor de Direito, o reprovou por e-mail que chegou ao seu conhecimento. “Vivo essa quadra da minha vida como se fosse uma espécie de Joana D’Arc do direito de defesa. Fui questionado, incompreendido, eu, que tenho biografia notória, fui ministro da Justiça e presidente da Ordem dos Advogados do Brasil. Senti na pele e na carne como é importante o direito de defesa. Criou-se certa indignação, como se alguns acusados não merecessem a defesa. Levar esse raciocínio no limite é a estrada aberta para o Estado de ditadura. Nem na ditadura militar talvez tenhamos tido tamanha escalada contra o direito de defesa.”
VolteiHuuummm… Eu, por exemplo, nunca censurei Márcio Thomaz Bastos por ter sido advogado de Cachoeira. Não mesmo! Acho o direito de defesa sagrado, compreendem? Ele, sim, deve ter se sentido desconfortável porque abandonou seu cliente. Critiquei o doutor, nesse caso, por outro motivo: quando as primeiras lambanças de Cachoeira vieram à tona, era ele o ministro da Justiça!
E também era ministro quando veio à luz o escândalo do mensalão. Não obstante, advoga para um dos réus. Uma coisa, doutor Márcio, é relativizar o direito de defesa, o que ninguém deve fazer. Outra, distinta, é criticar relações promíscuas. Nos dois casos, a sua então condição pública lhe dava o direito de agir de ofício para garantir maior eficiência na investigação. Como o senhor já tem a fama, e fortuna não lhe falta (por gerações), poderia, por pudor, ter-se dispensado dos dois casos.
Mas ele é mesmo um profissional da causa, Aproveitou o evento para incentivar a animosidade dos advogados contra o STF — não contra Lewandowski, é claro. Leiam.
Ele reportou-se ao julgamento do mensalão e ao episódio em que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto, indeferiu rispidamente a manifestação de um defensor. “Até no STF tentou-se calar a palavra do advogado, tentou-se censurar a temperatura alta que o advogado deve usar quando quer efetivamente defender uma pessoa quando precisa cumprir o seu dever de afrontar o juiz, de transgredir o juiz, de invocar a suspeição do juiz. Novos obstáculos, novos tsunamis estão aparecendo no horizonte contra o direito de defesa.”
EncerroMárcio é um advogado caro, como se sabe. A gente vê que faz por merecer.
Fonte: Vejaonline
na íntegra
Comentários
Postar um comentário