Óculos de Lampião eram em ouro 16 quilates e tinham selo de autenticidade
Uma das maiores relíquias da história do cangaço foi roubada do museu da Casa de Cultura de Serra Talhada, cidade no sertão de Pernambuco localizada a 414 km do Recife. Os óculos usados por Virgulino Ferreira da Silva, o "Lampião", foram levados no último domingo (11), durante horário de visitação do museu na cidade-natal do cangaceiro.
Segundo a direção da Fundação Casa da Cultura, os óculos foram levados no horário entre 18h e 22h, quando o museu estava aberto ao público. Os óculos do maior cangaceiro da história --e que viveu no início do século passado aterrorizando as cidades do Nordeste-- eram em ouro 16 quilates e tinham selo de autenticidade.
"Essa peça tem uma importância histórica inestimável. Esses óculos estavam em nosso poder havia 15 anos e foi doado por um filho de um coiteiro [pessoa que acobertava e dava abrigo] de Lampião. Essa é a única peça comprovadamente autêntica que tínhamos, que passou por uma análise e ficou provado ser realmente de Lampião. Foi uma grande perda, mas que ainda esperamos reencontrar", afirmou o presidente da Fundação Casa da Cultura de Serra Talhada, Tarcisio Rodrigues. Leia também
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Para se ter ideia do valor histórico, Rodrigues conta que os óculos foram tema de um documentário do canal de televisão "History Channel", quando foi comprovada a origem do acervo. "E a pessoa que roubou sabia do que se tratava, já que dois óculos estavam no local, e ele retirou apenas o comprovadamente autêntico. Nós temos outro que relatam ser de Lampião, mas que não temos comprovação. Desconfiamos que essa pessoa ou era colecionador ou iria vender a um colecionador, pois não há muito valor comercial nos óculos", disse.
Para tentar resgatar os óculos, a Casa de Cultura emitiu comunicado para instituições museológicas e meios de comunicação. Em nota pública, a fundação de Serra Talhada diz que "lamenta profundamente tal perda, e se desculpa perante toda sociedade por não ter conseguido guardar devidamente este patrimônio público, prometendo que providências serão tomadas e que todos os cuidados serão redobrados."
Segundo Rodrigues, o museu não possui câmeras de segurança, o que deve dificultar a identificação do ladrão. "Nós temos um orçamento apertado. Já tínhamos um projeto pronto para instalação dessas câmeras. Agora esse sistema de segurança tem que sair de todo jeito, não dá mais para esperar", informou.
O caso foi registrado na delegacia de Serra Talhada, que abriu inquérito para investigar o roubo. Policiais já realizaram a perícia técnica no local, e o delegado está ouvindo funcionários da Fundação em busca de pistas do autor do furto. O livro de visitações também já está com os investigadores. Por enquanto, a delegacia ainda não tem suspeitos do crime.
extraído decaldeiraopolitico.net
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