Fortaleza: Réu é Preso Por Coagir Jurados
Notícias
27setembro2011
Paulo césar Feitosa, advogado criminalista e assistente da acusação, lamentou o fato e exigiu providências da Justiça. Segundo ele, 15 anos depois do crime, o réu continua impune
JOSÉ LEOMAR
JOSÉ LEOMAR
O corpo da estudante Regina estava debaixo da mesa, no apartamento onde ela e os filhos moravam
PAULO ROCHA (22/04/1996)
PAULO ROCHA (22/04/1996)
Acusado de assassinar a ex-mulher, há 15 anos, o réu, que é advogado, teria coagido os jurados enviando-lhes cartas
Quinze anos após o assassinato da estudante universitária Regina Edite Noronha Xavier, morta a tiro em seu apartamento, nesta Capital, o julgamento do homem acusado do crime terminou em um incidente que levou o juiz Antônio Carlos Klein, da Quarta Vara do Júri, a adiar a sessão e, ao mesmo tempo, decretar a prisão preventiva do réu, o advogado Pedro Pucci Shaumann, marido da vítima. Ele recebeu voz de prisão em plena sala de audiência no Fórum, e saiu dali, escoltado, direto para a cadeia, sob a acusação de coagir os jurados.
O assassinato da estudante de Direito Regina Edite Noronha Xavier, aluna da Universidade de Fortaleza (Unifor), teve grande repercussão na época. No dia 22 de abril de 1996, ela foi encontrada morta em seu apartamento, localizado na Rua Tibúrcio Rodrigues, no bairro São João do Tauape. Recebeu um tiro na cabeça. A arma usada no crime, um revólver calibre 38, foi encontrado ao lado do cadáver. O ex-marido dela, Pedro Pucci Shaumann, então funcionário do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), foi internado em um hospital particular desta Capital, ferido com tiros na boca e no ombro.
Simulou
A Polícia abriu um inquérito e no andamento das investigações ficou descoberto que, após assassinar a ex-esposa, Pedro Shaumann simulou uma situação em que Regina Edite teria praticado o suicídio e ele tentou evitar, sendo então baleado.
Mas, provas técnicas como o exame residuográfico, comprovaram que a mulher realmente foi vítima de um assassinato. O caso, na época, foi apurado através de inquérito presidido pelo delegado José Jaime Paula Pessoa Linhares, então titular do 4º DP (Pio XII).
Durante 15 anos, o processo se arrastou na Justiça cearense, com a defesa retardando seu desfecho através de recursos judiciais. Ontem, o acusado do crime foi levado a Júri. Mas, logo no começo da sessão, veio a surpresa. Os jurados escolhidos para compor o Conselho de Sentença revelaram ter recebido em suas residências cartas escritas pelo réu e seu advogado, como forma de coação.
PrisãoAo tomarem conhecimento do fato, o promotor de Justiça Pedro Olímpio, que representava o Ministério Público no Júri; e o advogado Paulo César Feitosa, assistente da acusação, demonstraram indignação com o caso.
"Imediatamente, nos insurgimos contra este ato de coação e constrangimento contra os jurados. Foi um ato lamentável e que, mais uma vez, levou a Justiça a adiar o julgamento", disse Paulo César Feitosa à Reportagem, na noite passada.
Segundo o advogado, o incidente deve ser apurado e punido com rigor, diante da sua gravidade e do fato de levar a Justiça a adiar o Júri. "Durante esses 15 anos, a família da vítima tem lutado para que o acusado não fique impune diante de tão bárbaro crime que praticou. Tanto tempo já passou e a demora no júri contraria a todos os princípios de uma Justiça justa e rápida. Contraria também o que tem preceituado o Conselho Nacional de Justiça", diz Feitosa.
Do Fórum Clóvis Beviláqua, o réu foi encaminhado para a Delegacia de Capturas e júri adiado para 25 de novembro.
PROVA TÉCNICA
Perícia derrubou a versão do acusado
"O sonho dela era ser promotora de Justiça. Estava estudando Direito, mas, infelizmente, seu sonho foi interrompido de forma tão violenta".
A declaração, em tom emocionado, foi feita à Reportagem, por telefone, na noite de ontem, por Maria do Rosário Feitosa Noronha Xavier, mãe da jovem assassinada pelo ex-marido há, exatos, 15 anos e cinco meses.
Foi na manhã do dia 22 de abril de 1996, quando Regina Edite Noronha Xavier, então com 28 anos de idade, morreu ao ser baleada. A perícia comprovou que ela foi atingida com um tiro na cabeça. O disparo foi feito à curta distância. Ao lado do cadáver, a Polícia encontrou o revólver de calibre 38, com três balas deflagradas e outras três intactas.
O crime ocorreu no apartamento de número 304 do Condomínio Santa Bárbara, na Rua Tibúrcio Rodrigues, 100, no bairro São João do Tauape.
Testemunhas ouvidas na época pela Polícia disseram ter ouvido uma discussão entre o casal, por volta de 7 horas, e, em seguida, os estampidos. Uma moradora do mesmo prédio contou que viu o acusado fugindo dali, ferido, em seu próprio carro.
ProvasExames periciais derrubaram a versão apresentada pelo acusado do assassinato. Antes do crime, Pedro Pucci Shaumann esteve no prédio, apanhou os filhos do casal e levou para a escola. Em seguida, retornou ao local, já armado com o revólver 38, e matou a ex-esposa.
FERNANDO RIBEIRO
EDITOR DE POLÍCIA
Quinze anos após o assassinato da estudante universitária Regina Edite Noronha Xavier, morta a tiro em seu apartamento, nesta Capital, o julgamento do homem acusado do crime terminou em um incidente que levou o juiz Antônio Carlos Klein, da Quarta Vara do Júri, a adiar a sessão e, ao mesmo tempo, decretar a prisão preventiva do réu, o advogado Pedro Pucci Shaumann, marido da vítima. Ele recebeu voz de prisão em plena sala de audiência no Fórum, e saiu dali, escoltado, direto para a cadeia, sob a acusação de coagir os jurados.
O assassinato da estudante de Direito Regina Edite Noronha Xavier, aluna da Universidade de Fortaleza (Unifor), teve grande repercussão na época. No dia 22 de abril de 1996, ela foi encontrada morta em seu apartamento, localizado na Rua Tibúrcio Rodrigues, no bairro São João do Tauape. Recebeu um tiro na cabeça. A arma usada no crime, um revólver calibre 38, foi encontrado ao lado do cadáver. O ex-marido dela, Pedro Pucci Shaumann, então funcionário do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), foi internado em um hospital particular desta Capital, ferido com tiros na boca e no ombro.
Simulou
A Polícia abriu um inquérito e no andamento das investigações ficou descoberto que, após assassinar a ex-esposa, Pedro Shaumann simulou uma situação em que Regina Edite teria praticado o suicídio e ele tentou evitar, sendo então baleado.
Mas, provas técnicas como o exame residuográfico, comprovaram que a mulher realmente foi vítima de um assassinato. O caso, na época, foi apurado através de inquérito presidido pelo delegado José Jaime Paula Pessoa Linhares, então titular do 4º DP (Pio XII).
Durante 15 anos, o processo se arrastou na Justiça cearense, com a defesa retardando seu desfecho através de recursos judiciais. Ontem, o acusado do crime foi levado a Júri. Mas, logo no começo da sessão, veio a surpresa. Os jurados escolhidos para compor o Conselho de Sentença revelaram ter recebido em suas residências cartas escritas pelo réu e seu advogado, como forma de coação.
PrisãoAo tomarem conhecimento do fato, o promotor de Justiça Pedro Olímpio, que representava o Ministério Público no Júri; e o advogado Paulo César Feitosa, assistente da acusação, demonstraram indignação com o caso.
"Imediatamente, nos insurgimos contra este ato de coação e constrangimento contra os jurados. Foi um ato lamentável e que, mais uma vez, levou a Justiça a adiar o julgamento", disse Paulo César Feitosa à Reportagem, na noite passada.
Segundo o advogado, o incidente deve ser apurado e punido com rigor, diante da sua gravidade e do fato de levar a Justiça a adiar o Júri. "Durante esses 15 anos, a família da vítima tem lutado para que o acusado não fique impune diante de tão bárbaro crime que praticou. Tanto tempo já passou e a demora no júri contraria a todos os princípios de uma Justiça justa e rápida. Contraria também o que tem preceituado o Conselho Nacional de Justiça", diz Feitosa.
Do Fórum Clóvis Beviláqua, o réu foi encaminhado para a Delegacia de Capturas e júri adiado para 25 de novembro.
PROVA TÉCNICA
Perícia derrubou a versão do acusado
"O sonho dela era ser promotora de Justiça. Estava estudando Direito, mas, infelizmente, seu sonho foi interrompido de forma tão violenta".
A declaração, em tom emocionado, foi feita à Reportagem, por telefone, na noite de ontem, por Maria do Rosário Feitosa Noronha Xavier, mãe da jovem assassinada pelo ex-marido há, exatos, 15 anos e cinco meses.
Foi na manhã do dia 22 de abril de 1996, quando Regina Edite Noronha Xavier, então com 28 anos de idade, morreu ao ser baleada. A perícia comprovou que ela foi atingida com um tiro na cabeça. O disparo foi feito à curta distância. Ao lado do cadáver, a Polícia encontrou o revólver de calibre 38, com três balas deflagradas e outras três intactas.
O crime ocorreu no apartamento de número 304 do Condomínio Santa Bárbara, na Rua Tibúrcio Rodrigues, 100, no bairro São João do Tauape.
Testemunhas ouvidas na época pela Polícia disseram ter ouvido uma discussão entre o casal, por volta de 7 horas, e, em seguida, os estampidos. Uma moradora do mesmo prédio contou que viu o acusado fugindo dali, ferido, em seu próprio carro.
ProvasExames periciais derrubaram a versão apresentada pelo acusado do assassinato. Antes do crime, Pedro Pucci Shaumann esteve no prédio, apanhou os filhos do casal e levou para a escola. Em seguida, retornou ao local, já armado com o revólver 38, e matou a ex-esposa.
FERNANDO RIBEIRO
EDITOR DE POLÍCIA
Fonte:diariodonordesteonline
Comentários
Postar um comentário