AL: Padres Começam a Ser Julgados Hoje
Arapiraca será capital brasileira da pedofilia. Julgamento de padres muda rotina e Cabrini e senador vão a Arapiraca
Após quase um ano do escândalo dos casos de pedofilia envolvendo padres no município de Arapiraca, o julgamento sobre o caso, que será realizado nesta sexta-feira (08) está mudando a rotina da população no município.
Dada a proximidade do julgamento, o jornalista Roberto Cabrini, que comanda o programa “Conexão Repórter” no SBT, deve chegar nas próximas horas a capital alagoana e dia 08 irá seguir para Arapiraca para acompanhar o acontecimento.
O jornalista chocou a população arapiraquense ao divulgar com exclusividade um vídeo onde um membro da igreja fazia sexo com um jovem. Com a reportagem intitulada: ‘Sexo, Intrigas e Poder na Igreja Católica’, Cabrini ganhou o prêmio Esso 2010.
De acordo com informações, o senador Magno Malta, que presidiu a Comissão Parlamentar de inquérito (CPI) sobre o caso, está chegando ao Estado para assistir ao julgamento, onde serão réus o Monsenhor Luiz Marques Barbosa, o padre Edilson Duarte e Raimundo Gomes.
O julgamento será conduzido pelo juiz João Luiz de Azevedo Lessa no auditório do fórum de Arapiraca e os padres são acusados de abusar sexualmente dos jovens, Fabiano Ferreira, Cícero Flávio e Anderson Farias
O Julgamento
Mais de um ano após o escândalo dos padres de Arapiraca acusados de crime de pedofilia, os envolvidos estarão sentando no banco dos réus. O julgamento está marcado para o próximo dia 08 de julho, no Fórum da cidade. A expectativa das vítimas, ex-coroinhas, é grande já que imaginavam que o caso não traria punição para os sacerdotes.
Um dos ex-coroinhas contou à reportagem do CadaMinuto que os sacerdotes contam com o apoio de mais de 30 testemunhas, que estarão prestando depoimento a favor do monsenhor Luiz Marques e dos padres Raimundo Gomes e Edilson Duarte.
O Ministério Público Estadual já havia ofertado denúncia na 8ª Vara Criminal de Arapiraca contra três sacerdotes acusados de exploração sexual de dois coroinhas, quando as vítimas eram adolescentes. Foram denunciados o Monsenhor Luis Marques Barbosa e os padres Raimundo Gomes Nascimento e Edilson Duarte.
Na denúncia, o MP lembra que ‘aproveitando-se da qualidade de sacerdote, os denunciados aproximaram-se das vítimas, coroinhas à época, que tinham entre 12 e 17 anos, com o intuito de satisfazer seus desejos sexuais. Para conseguir o intento, constrangiam os jovens utilizando-se da confiança que desfrutavam, ofereciam vantagens econômicas e, ainda, intimidavam aqueles para que não revelassem os encontros sexuais ocorridos com freqüência.
Os jovens citados na denúncia são Fabiano da Silva Ferreira, Cícero Flávio Vieira Barbosa e Anderson Farias Silva. O caso ganhou repercussão nacional após a exibição de uma reportagem pelo Programa Conexão Repórter, do jornalista Roberto Cabrini, no SBT.
O Ministério Público afirma que a autoria é certa, ante das provas constantes nos autos e a materialidade restou comprovada, especialmente por meio de provas testemunhais. Com isso, os acusados estão incursos nas penas cominadas no artigo 244-A, da Lei 8.069/90, onde submete criança ou adolescente à prostituição ou à exploração sexual. Para este tipo de crime, a pena é de sete anos de reclusão e pagamento de multa.
Contra Monsenhor Luiz Marques
O Ministério Público traz entre contra o Monsenhor Luiz Marques Barbosa a denúncia da prática contra os três ex-coroinhas. De acordo com a denúncia, ‘Fabiano da Silva passou a sofrer abusos a partir do ano de 2001, quando contava com apenas 12 anos de idade.
Inicialmente, Luiz Marques Barbosa passou a fazer carícias, abraçar e manipular a genitália do menor e, ao perceber que este se afastava, continuou a assediá-lo ainda mais fortemente, até conseguir realizar cópula anal e sexo oral com a vítima’.
Ainda segundo o MP, os artifícios usados para fazer com que a vítima continuasse a satisfazer seus desejos sexuais por aproximadamente sete anos e meio foram muitos. Na denúncia contra o monsenhor, o órgão ressalta que quando o acusado percebia o distanciamento do jovem, utilizava a influência que possuía como padre e dizia às pessoas da comunidade que a vítima estava se desviando do ‘bom caminho’.
Já Cícero Flávio foi explorado sexualmente por Luiz Marques durante sete anos. A vítima tinha, na época, 12 anos de idade, quando foi ‘abraçado’ pelo monsenhor, com declarações de amor.
Com medo de novos assédios, o ex-coroinha começou a se esquivar do sacerdote, que temendo ser denunciado começou a ‘perseguir’ a vítima, chegando por inúmeras vezes a telefonar para a sua residência.
O ex-coroinha chegou a dormir por diversas vezes na residência do monsenhor, a princípio, no quarto de hóspedes, mas logo após o acusado o levava ao seu quarto onde ocorriam os atos sexuais.
Anderson Farias da Silva sofreu abuso sexual pelo monsenhor em 2006, quando tinha 17 anos. Os atos de constrangimento consistiam em assédio, beijo forçado na boca e tentativas de manter relações sexuais. Para isso, o acusado ofereceu pagar mensalidades escolares da vítima, o que teve o fim com a negativa de Anderson Farias de continuar o relacionamento com o sacerdote.
Contra Padre Raimundo Gomes
O acusado Raimundo Gomes do Nascimento é citado na denúncia por abuso sexual contra os ex-coroinhas Anderson Farias e Cícero Flávio. O ex-coroinha Anderson foi submetido à exploração sexual pelo acusado a partir do ano de 2003, aos 14 anos, o que perdurou por cerca de três anos.
O abuso foi realizado pela primeira vez após o acusado ter jantado na casa da vitima, oportunidade na qual Anderson Farias foi convidado pelo sacerdote para dormir com ele e alegava ter medo de dormir sozinho. Os pais da vítima concordaram no mesmo instante, pois toda família respeitava e confiava no padre, além de acharem que o convite era uma grande honra e que a vítima não poderia recusar.
A partir daí, Anderson passou a ser constrangido a satisfaze sexualmente o acusado por meio de carícias, sexo oral, beijos e pretendendo manter a vítima nessa situação, Raimundo Gomes oferecia presentes, como camisa e tênis, as melhores túnicas para as celebrações e estudos em colégios particulares e sempre dizia que o que acontecia entre eles não podia ser contado a ninguém, pois ‘poderia ser pior’.
Já em relação a vítima Cícero Flávio Vieira, os abusos cometidos pelo padre começaram em 2002, quando possuía 15 anos de idade. O adolescente foi submetido a manter relação anal e oral com Raimundo Gomes e como forma de permanecer explorando, o padre passou a falar mal da vítima, quando esta demonstrava que queria sair daquela situação.
Contra Padre Edilson Duarte
Edilson Duarte é acusado de abusar sexualmente do ex-coroinha Fabiano da Silva, por duas vezes, nos anos de 2005 e 2006, quando tinha 16 e 17 anos. Na primeira vez, o padre ligou para Fabiano pedindo que fosse até a casa paroquial quando levou o adolescente para a residência de sua irmã, que se encontrava desocupada.
No local, a vítima cedeu aos assédios do padre, praticou sexo oral e recebeu uma quantia de R$ 80,00 alegando que se tratava de um agrado. Já na segunda oportunidade, o padre chamou Fabiano para a casa paroquial e colocou colchões em um quarto pequeno , onde manteve sexo com a vítima e novamente entregou dinheiro.
extraído do site correiodopovfo-al.com.br
em 08.07.2011
extraído do site correiodopovfo-al.com.br
em 08.07.2011
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