Rio: "Operação Colorado": Polícia Federal e GAECO desarticulam quadrilha de traficantes em Macaé

Quarta Feira, 31 de Outubro de 2012







O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), denunciou 32 pessoas por tráfico de drogas e formação de quadrilha. Segundo investigações, o bando, chefiado por Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, conhecido como "Piloto", montou em Macaé, no Norte Fluminense, uma ramificação da facção criminosa Comando Vermelho, e controlava um grande esquema de fornecimento e de distribuição de drogas em favelas do município e da Capital. A quadrilha, de acordo com a denúncia, era dividida em núcleos de atuação, e também praticava crimes como roubos e homicídios. Nesta terça-feira (30/10), depois de um ano e dois meses de investigações da Delegacia da Polícia Federal de Macaé em conjunto com GAECO, cerca de 60 policiais desencadearam a "Operação Colorado" para cumprir os mandados de prisão preventiva. Até o momento, dez pessoas foram presas.
Em Macaé, a quadrilha agia principalmente na comunidade do Lagomar, onde um menor que estaria envolvido com tráfico teria sido morto a mando de Jamildo Rocha, o "Jota", um dos integrantes do grupo. Na ocasião, "Piloto", um dos traficantes mais procurados pela Polícia atualmente, organizou uma reunião para apurar o assassinato do rapaz e mandou chamar a família dele para prestar esclarecimentos da morte. Investigações apontam que parte do bando também administrava o tráfico nas favelas de Maguinhos, Jacarezinho, Mandela e Parque União, na Zona Norte do Rio. No topo da estrutura, comandando este núcleo, estavam Carlos José Pereira Rosa, o "Bililiu" e "Jota", que comprovam drogas nessas comunidades da Capital, fornecendo-as depois para seus subordinados de Macaé. Segundo a denúncia, mesmo preso no Complexo Penitenciário de Bangu, "Bililiu" continua à frente da célula, contando com o apoio de "Jota".
Agentes do Grupo de Apoio a Promotores (GAP), policiais federais e civis começaram a cumprir 21 mandados expedidos pela Justiça desde as 6h em diversas favelas da cidade e em outros municípios como Rio das Ostras, Carapebus e Conceição de Macabu. Onze dos 32 denunciados pelo GAECO já haviam sido presos ao longo da investigação. Durante a "Operação Colorado", os policiais continuaram monitorando, em tempo real, por meio de ligações telefônicas, os acusados. Foram presos hoje Leandro Miranda Peçanha, Luciana de Souza Anchieta, Welington da Silva Souza, Douglas Barcelos da Silva (com que foi apreendido em revólver calibre 38), Elton Felismindo Nogueira, Tamara da Conceição Santos, Inolan Barbosa Velozo, Ana Paula da Silva, Abrãao dos Santos Reis e Deisi dos Santos Gomes Pio.
"A organização criminosa atua subdividida em células, havendo grande interatividade e prestação de apoio mútuo entre as mesmas, de modo a revelar grande aparelhamento empresarial, atuando de forma organizada e coesa, tendo todos os seus membros, como principal ou única fonte de renda, o lucro ilícito do comércio de drogas", narra trecho da denúncia.
Em outro núcleo do grupo estão Richard Vagner Batista Lessa, "Carlos" ou "Coroa" Deise dos Santos Gomes Pio; Leandro Miranda Pessanha, o "Leandro Gordão", e Luciana de Souza Anchieta. "Carlos", de acordo com a denúncia, era o gerente da Lagomar e responsável direto pelo recebimento de entorpecentes, armazenando-os e distribuindo-os em outras favelas de Macaé, tendo ajuda de Deise, sua companheira, que realizava o preparo e a distribuição das drogas, além das cobranças. "Carlos" foi preso em abril deste ano transportando cocaína, maconha e crack. Segundo as investigações da Polícia Federal, Deise, "Leandro Gordão" e Luciana assumiram suas funções na quadrilha.
Luciana, descreve a denúncia, é também uma das principais assessoras de "Jota", o contato de confiança em Macaé, responsável por guardar em sua casa drogas que chegam das favelas do Rio e depois distribuí-las conforme orientação de "Jota". Investigações da Polícia Federal de Macaé relatam ainda que Luciana tenta dissimular seu envolvimento com a criminalidade trabalhando num salão de beleza da cidade. Julio Cesar de Oliveira, o "Nhaca", e sua mulher, Daiane Muler Teodoro também foram denunciados pelo GAECO por participação na quadrilha, em que tinham a função de preparar as drogas para serem entregues aos "vapores" do núcleo comandando por "Jota".
Além da comunidade Lagomar, o grupo de "Piloto" também possuía ramificações na Favela da Linha, que tinha como gerentes Luiz Claudio da Silva, o "LC", e Edson Junior de Castro Souza, o "Fusquinha". Outro núcleo da quadrilha, de acordo com a denúncia, era chefiado por Wenderson Santana Alves, o "Bimba", considerado uma das peças-chave da organização por negociar grande quantidade de entorpecentes, especialmente o crack, e também armas e munição. As investigações mostram que "Bimba" estendeu o poder do grupo para o município de Rio das Ostras, onde Welington da Silva Souza, o "Neto", é seu subordinado.
"O "Bimba" sempre procura não transportar grande quantidade de entorpecente, valendo-se de veículos de pequeno porte e maior número de viagens para as comunidades do Rio de Janeiro, a fim de não deixar de atender aos seus clientes. Negocia com maior freqüência cargas de crack, e está ligado a quase todos os outros indivíduos da facção criminosa", relata trecho da denúncia. Ele conta com auxílio de Rodrigo Santana Ramos, o "Gordo", e Thiago da Costa Borges, o "Manguinha", que era gerente dos pontos de vendas da comunidade Ajuda de Cima, e foi preso em flagrante, no ano passado, com drogas. Nesta célula, segundo investigações, atuam também Janei Alves de Almeida; Oberlan de Lima Vieira; Magno Santana, o "Chapoca", que exerce a função de negociar material bélico.
A célula de homicídios e roubos da quadrilha, segundo o GAECO, tem estreita ligação com "Neto" e "Bimba" e era chefiada por Filipi Barbosa Godá, o "Esquilo", convocado para realizar roubos e assassinatos quando era conveniente para o grupo. "Esquilo", conforme as investigações", comandava diversos crimes violentos em Macaé, entre eles, homicídios, assaltos a mão armada e saidinha de banco, e era tido como o maior negociador de armas de grosso calibre da quadrilha. Mesmo já preso, "Esquilo" tinha como subordinados Rodolfo Souza da Silva, o "Botequim" Tamara da Conceição Santos; o guarda municipal Sérgio Codeço Eduardo; Douglas Barcelos da Silva, o "Doca" e Elton Filismindo Nogueira. Na divisão de tarefas , "Doca" é apontado como o planejador dos assaltos e fazia também empréstimos financeiros para membros do grupo.
De acordo com a investigação, são inúmeros os assaltos organizados pela quadrilha. Os alvos, relata a denúncia, são farmácias, casas lotéricas, além das saidinhas de banco, que contava com a ajuda do vigilante Inolan Barbosa Velozo. Por trabalhar em agência bancária, segundo a PF e o GAECO, Inolan informava a "Esquilo" quais eram as pessoas que sacavam alto valor em dinheiro. "Doca" e "Esquilo" também são apontados pelas investigações como os responsáveis por vários homicídios, incluindo as vítimas de ações criminosas e desafetos da quadrilha. Num dos assassinatos, a mãe da vítima (uma jovem assassinada a tiros na porta de casa em 2011) reconheceu "Esquilo" como autor dos disparos e "Doca" e "Botequim" como participantes da ação.
Em outro homicídio, segundo a denúncia, a vítima foi executada com sete tiros por "Esquilo" e "Botequim", presos no ano passado. Durante as investigações, a Polícia Federal de Macaé, com autorização da Justiça, monitorou as ligações telefônicas de alguns dos denunciados. "Impressiona a frieza e a destreza dos denunciados, que ainda comemoraram o serviço bem feito e a rapidez do pagamento", narra trecho da denúncia, com base em conversas das escutas. Os outros denunciados, de acordo com investigações, atuavam como "vapores" da quadrilha.
Com base em requerimento do GAECO, além da prisão dos denunciados, o Juízo da Vara Criminal de Macaé decretou o bloqueio e o sequestro de dados e contas bancárias.
Lista dos denunciados:
Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o "Piloto" Carlos José Pereira Rosa, o "Bililiu", Jamildo Rocha, o "Jota", Richard Vagner Batista Lessa, "Coroa", Deise dos Santos Gomes Pio, Leandro Miranda Pessanha, "Leandro Gordão", Raíza da Silva Pereira; Luiz Cláudio da Silva, "LC", Edson Junior de Castro Souza, "Fusquinha", Luciana de Souza Anchieta; Julio Cesar de Oliveira, "Nhaca", Daiane Muler Teodoro; Wenderson Santana Alves, "Bimba", Magno Santana, "Chapoca", Rodrigo Santana Ramos, "Gordo", Thiago da Costa Borges, "Manguinha", Pablo Luiz Aquino da Conceição; Valdete dos Santos Alves, "Tia", Welington da Silva Souza, "Neto", Janei Alves de Almeida; Filipi Barbosa Godá, "Esquilo", Sérgio Codeço Eduardo; Rodolfo Souza da Silva, "Botequim", Douglas Barcelos da Silva, "Doca", Elton Felismundo Nogueira; Tamara da Conceição Santos; Inolan Barbosa Velozo; Ana Paula da Silva; Oberlan de Lima Vieira; Jhon Vander da Silva Mariano Valdemiro, "Vandinho", Hingrid da Silva Neves, "Kiki" e Abraão dos Santos Reis.



Fonte: Potal do MP-RJ

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