Juiz Leopoldino Amaral, morto em 1999
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O assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral provocou um “racha” dentro da Polícia Federal. Dois inquéritos e conclusões completamente diferentes. De um lado, o delegado José Pinto de Luna, responsável pelo primeiro inquérito; de outro, o delegado Cézar Martinez, que reabriu o caso. No meio, mas com acusação de pendendo para o lado do empresário JosinoG Guimarães, acusado de ser o mandante do crime, o então superintendente Cláudio Rosa. Em meio a tudo isso, uma certeza: o corpo de jurado do Juri Criminal Federal terá enormes dificuldades para firmar suas conclusões.
Em seu depoimento, o delegado Luna manteve a convicção de que não há mandante do crime e que a escrevente Beatriz Árias e o seu tio, Marcos Peralta, executaram o magistrado. Segundo ele, o motivo teria sido para roubar o juiz, que estava fugindo do Brasil em direção ao Paraguai – e daí seguiria para a Europa. Na época, ele tinha R$ 30 mil em mãos. Sua esposa, Rosemar Monteiro, se encontrava na Suiça.
Segundo Luna, o juiz sabia estava fugindo para o Paraguai, após elaborar um dossiê em que acusava desembargadores por venda de sentença, supostamente negociadas por Josino Guimarães – a quem ele chamava de “corretor”. Luna lembrou que a arma do crime foi encontrada na casa de parentes da ex-escrevente do Fórum de Cuiabá e comprovada por meio de exames de balísticas.
O corpo do juiz foi encontrado no dia 7 de setembro de 1999, parcialmente carbonizado no, no município de Concepción, no Paraguai. Ele morreu ao levar dois tiros na cabeça.
As afirmações de Luna foram confirmadas pelo policial Daniel Balde. Investigador na época do crime, Daniel disse, através de vídeo conferência, que ficou convicto de que não houve mandante na morte do magistrado, e que Beatriz Árias o fez por motivação torpe.
Na época do julgamento de Beatriz Árias, quando ela foi condenada a 12 anos, Daniel chegou a ser acusado de falso testemunho pelo ex-procurador da República, José Pedro Taques, hoje senador. O policial foi grampeado em conversa com o sargento José Jesus de Freitas, o Sargento Jesus, conhecido matador, e que foi morte numa emboscada alguns anos mais tarde. Jesus era informante da PF e, segundo Daniel, entregou um álbum relacionando a bandidagem que operava em Mato Grosso.
Mas, para o atual superintendente da Polícia Federal no Estado, Cézar Martinez, o crime foi mesmo encomendado pelo juiz. Ele reabriu o caso ao constatar que o inquérito presidido pelo delegado José Pinto de Luna havia sido encerrado de forma precipitada. Ele acusou o superintendente da PF na época, Cláudio Rosa – que vai prestar depoimento também como testemunha – de manter relação de amizade com Josino Guimarães. Rosa teria agido de forma a interferir na condução das investigações.
Martinez também reafirmou as acusações de que Josino mantinha estreitas ligações com a criminalidade, ligados ao tráfico de drogas e crime organizado. Entre eles, ômega-traficante Fernandinho Beira Mar. Ele citou ainda os nomes de Jorge Meres e de Aryzoli Trindade, que seriam supostos amigos de Josino e frequentadores de sua casa em Chapada dos Guimarães.
Fonte: 24horasnews
extraído em 30.11.11
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