Futebol: Após de declarações de Leco, Promotor paulista requer investigação de organizadas
Sexta Feira, 22 de janeiro de 2016
imagem - reprodução da net
O Ministério Público de São Paulo vai requisitar a abertura de um inquérito policial para investigar supostos crimes cometidos por torcidas organizadas, como cambismo, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro
A decisão do órgão foi tomada em virtude das declarações do presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, à Folha na quarta (20). Ele admitiu financiar o Carnaval das uniformizadas e doar ingressos para os jogos.
"Ele [Leco] revelou algo que sempre desconfiamos que existisse, mas que os dirigentes sempre tentaram esconder. O presidente do São Paulo deu um passo muito importante na nossa luta contra a violência", afirmou o promotor Paulo Castilho.
Você já as recebeu( as organizadas ) desde que assumiu o cargo?
Querida, eu tenho mais de 30 anos de São Paulo. Eu sei como é torcida. A Independente, e a Dragões também. Eu tive duas ou três situações, que me fizeram ser respeitado por eles.
Há muitos e muitos anos, eles queriam matar um jogador que eles diziam que era gay, aquela coisa do machismo [em referência a Richarlyson]. Na torcida tem um monte de gays, como em todos os lugares. Eu era vice-presidente de futebol, e eles foram lá falar comigo. Estavam ameaçando invadir, recebi uns 12, das duas torcidas. Conversamos e foi tudo bem. Defendi o jogador.
O promotor avalia que doação de bilhetes é a principal forma de sobrevivência das organizações, que recebem entradas, revendem e fazem o caixa com esse dinheiro.
"As torcidas fazem os clubes de refém. Está na hora de acabar com isso", completou.
O Ministério Público convocou reunião sobre o tema nesta quinta (21) na Federação Paulista de Futebol (FPF).
Devem participar representantes de Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos e Ponte, além de membros da FPF e do Ministério Público.
O objetivo é reunir propostas para aperfeiçoar a relação entre os clubes e as torcidas.
Castilho deve sugerir que fique a cargo da federação a venda de ingressos para as torcidas uniformizadas e que essa venda seja online.
" Se tirar essa responsabilidade do clube e deixá-la com a federação, acaba-se com esse negócio do dirigente ter medo de romper. E se der fim ao ingresso físico, é possível sufocar a venda de cambistas. É uma ideia para impedir as torcidas de ganharem dinheiro", afirmou.
Segundo Castilho, o presidente do Santos, Modesto Roma Jr., também admitiu que ajuda financeiramente suas torcidas organizadas.
Os dois se encontraram na sede da Federação Paulista nesta quarta (20). "Eu passei na federação rapidamente e ele me revelou que o Santos também age da mesma forma. Isso mostra como foi importante a declaração do Leco para encorajar os demais a admitir", afirmou Castilho.
fonte: Folha e r7
imagem de Leco de dragoesdareal.com.br
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