STF: Ministros e Procurador-Geral da República exaltam jornalismo profissional e defendem Celso de Mello

Quarta Feira, 27 de Maio de 2020

 Durante o seminário virtual "Liberdade de imprensa, Justiça e segurança dos jornalistas", foi destacada a necessidade de tratar a valorização da liberdade de imprensa como uma prioridade para a manutenção do Estado democrático de Direito.
Novo presidente do TSE, Luís Roberto Barroso defendeu a liberdade de imprensa
Roberto Jayme/ASCOM/TSE
Promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o seminário contou com a participação dos ministros do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes e do procurador-geral da República, Augusto Aras. Todos eles exaltaram o trabalho da imprensa profissional e condenaram a ampla difusão de notícias falsas, um mal do nosso tempo.
"Existe a boa imprensa e aqueles que se dizem jornalistas e usam a internet para espalhar verdadeiras aleivosias que incitam a violência. Vivemos a era das fake news", disse Aras. "A solução para isso é voltar a prestigiar o jornalismo profissional." Por sua vez, Alexandre de Moraes, que deu ordem para a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão nesta quarta (27/5) contra financiadores e fabricantes de notícias fraudulentas, lamentou muito o fato de grandes veículos de comunicação — como os do Grupo Globo e a Folha de São Paulo — terem retirado seus jornalistas das entrevistas do presidente Jair Bolsonaro à porta do Palácio do Planalto por falta de segurança. São cada vez mais frequentes os episódios de agressões a jornalistas por seguidores do presidente.
"Quando importantes meios de comunicação têm de retirar seus jornalistas de lá por falta de segurança, é porque estão sendo praticados métodos instrumentais para cercear a liberdade de imprensa, amedrontando aqueles que produzem as notícias. De forma instrumental é afetado o livre exercício da atividade e a própria liberdade de imprensa. Isso facilita para que só as fake news cheguem à população", lamentou o ministro. "O momento é de fortalecimento da imprensa, da segurança dos jornalistas e da rápida responsabilização daqueles que atacam os profissionais, seja fisicamente ou pela internet."
Perseguição implacável

Também participaram do seminário virtual o presidente da OAB Nacional, Felipe Santa Cruz, o coordenador do Observatório de Liberdade de Imprensa da OAB Federal, Pierpaolo Cruz Bottini, o presidente da Abraji, Marcelo Träsel, o diretor da Faculdade de Direito da USP, Floriano de Azevedo Marques Neto, e Patrícia Campos Mello, repórter especial da Folha. A jornalista, que foi vítima de perseguição virtual por ter publicado uma série de reportagens sobre disparos em massa de mensagens da campanha de Bolsonaro à presidência, o que fere a legislação eleitoral, afirmou que o comportamento agressivo do presidente da República e de seus familiares incentiva as agressões à imprensa.
" O comportamento do presidente funciona como um sinal verde para seus seguidores fazerem xingamentos e agressões físicas", disse ela. "A situação é especialmente crítica para as jornalistas mulheres. Somos alvos de campanhas de difamação estimuladas pelo governo. Até hoje, a cada reportagem que publico, recebo muitas mensagens com meu rosto em montagens de conteúdo pornográfico. E estou longe de ser a única  sofrer essa perseguição ".
Também hoje o ministro Luiz Fux, no exercício da presidência, saiu em defesa do ministro Celso de Mello. Fux leu uma Nota do presidente Dias Toffoli e disse que, se hoje se é possível usufruir da liberdade, isso se deve aos mais de 30 anos de judicatura do ministro Celso de Mello. Segundo a nota, Celso de Mello é um espectador e artífice da nova democracia.
"Sua Excelência, aguerrido defensor dos valores éticos, morais, republicanos e democráticos, é, a um só tempo, espectador e artífice da nova democracia erguida em 1988, cuja solidez é o maior legado das presentes e das futuras gerações."
Toffoli defendeu ainda a independência do judiciário ao dizer: “Não há democracia sem respeito às instituições”. Dias Toffoli, por meio da nota lida, deixou claro que, seja na prosperidade ou em crise, o STF se mantém vigilante. Para ele, ofender a Corte Suprema representa ofensa à Democracia.
Veja a íntegra da nota.






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