Fake News: Moraes pode chegar a todos os homens do presidente e pavimentar o caminho da cassação

Domingo, 31 de Mio de 2020


Por  Reinaldo Azevedo *

Não é mais possível ficar apenas na defesa retórica das instituições. As pessoas que são alvos da recente decisão do ministro perderam, ou nunca tiveram, noção de institucionalidade. Há uma diferença nada ligeira entre ser duro na crítica, entre expor com clareza uma ideia ou propor uma resistência ativa a uma determinada decisão de um Poder e insuflar as pessoas à violência, convocar militantes para uma guerra, pregar o fechamento de Poderes constituídos, com apelos nada sutis ao uso da violência.


Tudo isso há muito passou dos limites. Não há nada parecido desde a redemocratização. A rigor, nem antes. A esquerda desarmada, organizada em seus vários grupos, nunca ousou nada parecido. A propósito: observo que os bolsonaristas escalam o extremismo sem encontrar adversários. Não estão em confronto com ninguém. Seu único adversário são as instituições.

Como ofendem cotidianamente as leis, buscam, a cada dia, novos limites. Até, parece, que o mais ousado deles resolva, uma hora dessas, partir para o ataque. Seu grande líder ocupa nada menos do que a Presidência da República. Ocorre que ele pretende ser, a um só tempo, Executivo, Legislativo e Judiciário. Acha que arrancou das urnas a licença para ser ditador. Então, é  até um clichê a partir do filme "Todos os Homens do Presidente", de Alan Pakula, de 1976: "Follow the Money".

Seguindo o dinheiro, chega-se aos reais promotores da patuscada fascistoide, de que algumas figuras buliçosas são apenas a fachada argentária. É preciso chegar aos reais autores. E metê-los na cadeia. E este controverso inquérito que apura ameaças, ofensas e fake news contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pode pavimentar o caminho da cassação do presidente Jair Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A avaliação entre ministros do tribunal é a de que, caso seja autorizado, um compartilhamento das provas do STF com a Justiça Eleitoral deve dar um novo fôlego às investigações que apuram o disparo de mensagens em massa na campanha presidencial de Bolsonaro em 2018. A possibilidade dessas ações serem “turbinadas” com o inquérito das fake news do Supremo já acendeu o sinal de alerta do Palácio do Planalto.
Alexandre Moraes deixou a suplência e agora é titular de uma cadeira no TSE, que ainda tem Fachin e Barroso, como presidente, pelo STF.


 * O autor é jornalista político de orientação neoliberal





Fonte: Compilado do blog do Clóvis Cunha

Imagem de Migalhas

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