Ponto de Vista: O imbróglio demissionário de Bolsonaro x Moro
Segunda Feira, 27 de Abril de 2020
Meus amigos, a coisa esquentou pelas bandas de Brasília com a saída de Sérgio Moro.
Neste Governo, desde o seu início, havia dois pilares que o sustentava, Moro e Paulo Guedes, com todo o respeito aos demais ministros: Moro, simbolizando o combate à corrupção e o Paulo Guedes , com o seu liberalismo econômico. Moro saiu , sentindo-se traído, mandando um míssil teleguiado em direção ao Palácio do Planalto.
A verdade é que já há um certo tempo Bolsonaro vinha fritando Moro em " banho maria " quando retirou o COAF do MJ, sancionou o juiz de garantias contra expresso pedido contrário de Moro, intrometeu-se no CADE indicando membros sem consultar o Titular, Moro, deixou correr à vontade o Pacote Anticrime de Sérgio Moro e nomeou André Mendonça, ex assessor de Toffoli para AGU e ainda exonerou a escolha de Moro para o comando da PF. Parece-nos que a gota dágua foi o descumprimento da promessa inicial de CARTA BRANCA ao Ex Juiz . Bolsonaro fritou tanto Moro que já não o via como melhor nome para substituir Celso de Mello, no STF, outra promessa direta, e sem pedido, partida do próprio Bolsonaro.
O pronunciamento de saída de Moro foi duríssimo.
Que Bolsonaro exigiu a saída do diretor geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, ainda que contra a vontade de Moro, razão porque o ex juiz lhe disse que um novo nome de sua escolha seria interferência politica, no que ele, Bolsonaro, respondeu: " vai ser mesmo. Então, não corroborando com esta ingerência política, concluiu que " o presidente me quer fora do cargo ". No final do pronunciamento, o ex ministro jogou para Bolsonaro pelo menos uns 5 crimes.
A PGR já requereu abertura de Inquérito.
À tardinha, por volta das 17 horas, desse mesmo dia, 24 de abril, uma sexta, Bolsonaro fez uma defesa fraca, um tanto quanto desconexa com o momento, apenas para tentar enlamear a biografia de Sérgio Moro. Neste sentido, Moro tem culhão: já teve embate com Lula ( e seus advogados ) e saiu vitorioso. Bolsonaro que se cuide, pois isso tudo terá desdobramentos, a não ser que o "amigão bisseto " , Augusto Aras, ao receber o Inquérito destas acusações, resolva mandar arquivar, o que é bem possível. Vai ser preciso cobrança da sociedade e da classe Política.
Nos bastidores já se comenta que o fogo voltou a " banho maria " com o nome de Paulo Guedes., caindo na mira bolsonarista. O bom do imbróglio, a meu ver, é que o ex-juiz sai mais fortalecido e com potencial para lançar-se candidato à presidência em 2022. . Quem viver, verá !.
Tom Oliveira
* o autor é editor deste blog e promotor de justiça aposentado
Fonte: imagem capturada na internet
Meus amigos, a coisa esquentou pelas bandas de Brasília com a saída de Sérgio Moro.
Neste Governo, desde o seu início, havia dois pilares que o sustentava, Moro e Paulo Guedes, com todo o respeito aos demais ministros: Moro, simbolizando o combate à corrupção e o Paulo Guedes , com o seu liberalismo econômico. Moro saiu , sentindo-se traído, mandando um míssil teleguiado em direção ao Palácio do Planalto.
A verdade é que já há um certo tempo Bolsonaro vinha fritando Moro em " banho maria " quando retirou o COAF do MJ, sancionou o juiz de garantias contra expresso pedido contrário de Moro, intrometeu-se no CADE indicando membros sem consultar o Titular, Moro, deixou correr à vontade o Pacote Anticrime de Sérgio Moro e nomeou André Mendonça, ex assessor de Toffoli para AGU e ainda exonerou a escolha de Moro para o comando da PF. Parece-nos que a gota dágua foi o descumprimento da promessa inicial de CARTA BRANCA ao Ex Juiz . Bolsonaro fritou tanto Moro que já não o via como melhor nome para substituir Celso de Mello, no STF, outra promessa direta, e sem pedido, partida do próprio Bolsonaro.
O pronunciamento de saída de Moro foi duríssimo.
Que Bolsonaro exigiu a saída do diretor geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, ainda que contra a vontade de Moro, razão porque o ex juiz lhe disse que um novo nome de sua escolha seria interferência politica, no que ele, Bolsonaro, respondeu: " vai ser mesmo. Então, não corroborando com esta ingerência política, concluiu que " o presidente me quer fora do cargo ". No final do pronunciamento, o ex ministro jogou para Bolsonaro pelo menos uns 5 crimes.
A PGR já requereu abertura de Inquérito.
À tardinha, por volta das 17 horas, desse mesmo dia, 24 de abril, uma sexta, Bolsonaro fez uma defesa fraca, um tanto quanto desconexa com o momento, apenas para tentar enlamear a biografia de Sérgio Moro. Neste sentido, Moro tem culhão: já teve embate com Lula ( e seus advogados ) e saiu vitorioso. Bolsonaro que se cuide, pois isso tudo terá desdobramentos, a não ser que o "amigão bisseto " , Augusto Aras, ao receber o Inquérito destas acusações, resolva mandar arquivar, o que é bem possível. Vai ser preciso cobrança da sociedade e da classe Política.
Nos bastidores já se comenta que o fogo voltou a " banho maria " com o nome de Paulo Guedes., caindo na mira bolsonarista. O bom do imbróglio, a meu ver, é que o ex-juiz sai mais fortalecido e com potencial para lançar-se candidato à presidência em 2022. . Quem viver, verá !.
Tom Oliveira
* o autor é editor deste blog e promotor de justiça aposentado
Fonte: imagem capturada na internet
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