MP-RJ: Pai e filho, ex-deputado estadual e candidato a vereador em Cabo Frio são presos na " operação in nomine patris "

 Sexta Feira, 23 de Outubro de 2020


                                           Silas ( camisa preta, o pai ) e Vanderson, o filho

Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), realiza nesta sexta-feira a operação "In Nomine Patris", em Cabo Frio, na Região dos Lagos. O ex-deputado estadual Silas Bento e seu filho, o candidato a vereador por Cabo Frio Vanderson Bento foram presos na ação.
De acordo com a denúncia, Silas implementou um esquema de "rachadinha" em seu gabinete contando com a participação da funcionária Taissa Saldanha Alves, que repassava parte dos valores que recebia a Vanderson.
Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Cabo Frio, que também determinou que Taissa compareça mensalmente ao juízo para informar e justificar suas atividades, não mantenha contato com Silas e Vanderson, e não se ausente de Cabo Frio por prazo superior a 10 dias. A operação também cumpre mandados de busca e apreensão nos endereços dos denunciados. 

Ainda segundo a denúncia, Silas nomeou Taissa em janeiro de 2017 com a condição de que a funcionária não precisaria comparecer ao seu gabinete e repassaria ao deputado mensalmente, por meio de Vanderson, R$ 10 mil de um salário aproximado de R$ 11 mil. Durante os meses em que esteve nomeada como assessora parlamentar, de janeiro de 2017 a novembro de 2018, Taissa desviou, em proveito próprio e dos outros dois denunciados, dinheiro público consistente em sua remuneração recebida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), causando um prejuízo ao erário de R$ 249.840,12.

Os três foram denunciados por organização criminosa e peculato. Já Silas foi denunciado também por lavagem de dinheiro e extorsão.

Silas é o primeiro político preso acusado de participar de um esquema de "rachadinha". Esta investigação não teve como base o relatório do Coaf, que originou procedimentos de investigação por causa de supostas rachadinhas de outros parlamentares da Alerj, como o caso do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

De acordo com a denúncia do MP, aceita pela Justiça, Silas Bento embolsou a maior parte do salário de uma servidora por dois anos. Ele é réu por associação criminosa, peculato, extorsão e lavagem de dinheiro. Vanderson, que é candidato a vereador, vai responder pelos mesmos crimes, exceto lavagem de dinheiro.



Fonte: O Dia e g1

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