Opinião: Bolsonaro, Cloroquina e a Nota da SBI...
Domingo, 19 de Julho de 2020
Tom Oliveira *
Meus amigos,
O "garoto propaganda" exibe delirantemente a caixa de cloroquina alardeando seus efeitos benéficos no tratamento da covid-19. Seus seguidores replicam a notícia nas redes sociais.Enquanto isso, as estatísticas pró mortem " só aumenta, e nada mais explica o engodo . De repente, o garoto propaganda anuncia estar infectado e já começou a tratar-se com famigerada cloroquina. Verdade ou mentira, e o próprio " garoto " já veio a público dizer que não sente nada , está assintomático.
O enredo é de drama, meio suspense, e tem similitude com o Governo Federal e as atitudes do mandatário. Já algum tempo digo, e repito: a covid-19 é o maior problema sanitário deste século e, entre nós, com ajuda atabalhoada do Executivo Federal.
Dados do site oficial do Ministério da Saúde, mostra que chegamos aos 2 milhões 74 mil, 860 de infectados, com 78.815 mortes, até a noite deste domingo, 19 de julho, quando haverá nova contagem - .Estamos liderando o ranking com novas mortes e segundo a cientista Natalia Pasternak e a pneumologista Margareth Dalcolmo não se pode fazer previsão do fim da covid-19 e, no momento, o que o país precisa fazer é investir em estrutura para combater a doença. Exatamente tudo o que o Governo Federal não fez. Não fosse a atitude dos governadores estaduais, ignorando as determinações de se usar a cloroquina, a tragédia brasileira ultrapassaria séculos.
Lembro que na sexta, 17 , a SBI - Sociedade Brasileira de Infectologia - mudou o seu posicionamento sobre o uso da hidroxicloroquina. É que, antes, deixava a critério dos profissionais de saúde a avaliação pelo uso ou não do composto, sendo uma decisão entre médico e paciente e levando em conta o quadro clínico do doente. Agora, contraindica formalmente em qualquer fase da doença.
Segundo a nota, os ensaios foram publicados em revistas médicas prestigiosas avaliando a eficácia e segurança da hidroxicloroquina mesmo que em pacientes com os primeiros sintomas da doença. Em ambas as análises, foram praticadas a metodologia randomizada, ou seja, quando se controla dois grupos em situações semelhantes, em que um recebe a dose da substância avaliada e o outro não. Mas ontem, sábado, 18, Bolsonaro voltou a defender o remédio:
"Se não temos alternativa, vamos com a hidroxicloroquina", disse Bolsonaro a apoiadores que estavam em frente do Palácio da Alvorada. Ele usava máscara e estava acompanhado da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). E alfinetou: "Não perturbem quem quer tomar a cloroquina", afirmou o presidente, muito aplaudido em seguida, pelos bajuladores de plantão.
Enquanto isso, a mídia aumenta o cerco nos ministérios do Meio Ambiente, em geral, e no da Saúde, de forma particular. Salles por dizer que ia passar a boiada. Pazuello, coitado, por ligar o Nordeste ao Hemisfério Norte, e sustentar uma teoria para lá de controversa sobre o arrefecimento da contaminação do coronavírus nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Virou meme. O General deve sair somente quando o Capitão entender que é chegada a hora.
A meu ver, Pazuello e Salles são apenas peças no tabuleiro. O problema maior está na rainha.
Josias de Souza, de Uol, explicou bem a situação:
Ao prestigiar Salles, Bolsonaro esvazia o esforço do vice-presidente Hamilton Mourão para convencer investidores de que o Brasil leva a sério a preservação do Meio Ambiente. Ao manter Pazuello, o presidente gruda na imagem das Forças Armadas os mortos da Covid-19. Mas de uma coisa Bolsonaro não se livra: o rosto do presidente é a cara da crise.
* O autor é editor deste blog e promotor de justiça, aposentado.
Fones: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/07/17/interna-brasil,873098/covid-19-e-urgente-que-a-hidroxicloroquina-seja-abandonada-diz-sbi.shtml
http://cloviscunha.blogspot.com/2020/07/o-nome-do-problema-nao-e-salles-nem.html
https://g1.globo.com/agora-e-assim/noticia/2020/07/19/agora-e-assim-brasil-nao-tem-previsao-para-fim-da-covid-19-e-precisa-investir-em-estrutura-para-combater-doenca-dizem-convidadas.ghtml
Tom Oliveira *
Meus amigos,
O "garoto propaganda" exibe delirantemente a caixa de cloroquina alardeando seus efeitos benéficos no tratamento da covid-19. Seus seguidores replicam a notícia nas redes sociais.Enquanto isso, as estatísticas pró mortem " só aumenta, e nada mais explica o engodo . De repente, o garoto propaganda anuncia estar infectado e já começou a tratar-se com famigerada cloroquina. Verdade ou mentira, e o próprio " garoto " já veio a público dizer que não sente nada , está assintomático.
O enredo é de drama, meio suspense, e tem similitude com o Governo Federal e as atitudes do mandatário. Já algum tempo digo, e repito: a covid-19 é o maior problema sanitário deste século e, entre nós, com ajuda atabalhoada do Executivo Federal.
Dados do site oficial do Ministério da Saúde, mostra que chegamos aos 2 milhões 74 mil, 860 de infectados, com 78.815 mortes, até a noite deste domingo, 19 de julho, quando haverá nova contagem - .Estamos liderando o ranking com novas mortes e segundo a cientista Natalia Pasternak e a pneumologista Margareth Dalcolmo não se pode fazer previsão do fim da covid-19 e, no momento, o que o país precisa fazer é investir em estrutura para combater a doença. Exatamente tudo o que o Governo Federal não fez. Não fosse a atitude dos governadores estaduais, ignorando as determinações de se usar a cloroquina, a tragédia brasileira ultrapassaria séculos.
Lembro que na sexta, 17 , a SBI - Sociedade Brasileira de Infectologia - mudou o seu posicionamento sobre o uso da hidroxicloroquina. É que, antes, deixava a critério dos profissionais de saúde a avaliação pelo uso ou não do composto, sendo uma decisão entre médico e paciente e levando em conta o quadro clínico do doente. Agora, contraindica formalmente em qualquer fase da doença.
Segundo a nota, os ensaios foram publicados em revistas médicas prestigiosas avaliando a eficácia e segurança da hidroxicloroquina mesmo que em pacientes com os primeiros sintomas da doença. Em ambas as análises, foram praticadas a metodologia randomizada, ou seja, quando se controla dois grupos em situações semelhantes, em que um recebe a dose da substância avaliada e o outro não. Mas ontem, sábado, 18, Bolsonaro voltou a defender o remédio:
"Se não temos alternativa, vamos com a hidroxicloroquina", disse Bolsonaro a apoiadores que estavam em frente do Palácio da Alvorada. Ele usava máscara e estava acompanhado da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). E alfinetou: "Não perturbem quem quer tomar a cloroquina", afirmou o presidente, muito aplaudido em seguida, pelos bajuladores de plantão.
Enquanto isso, a mídia aumenta o cerco nos ministérios do Meio Ambiente, em geral, e no da Saúde, de forma particular. Salles por dizer que ia passar a boiada. Pazuello, coitado, por ligar o Nordeste ao Hemisfério Norte, e sustentar uma teoria para lá de controversa sobre o arrefecimento da contaminação do coronavírus nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Virou meme. O General deve sair somente quando o Capitão entender que é chegada a hora.
A meu ver, Pazuello e Salles são apenas peças no tabuleiro. O problema maior está na rainha.
Josias de Souza, de Uol, explicou bem a situação:
Ao prestigiar Salles, Bolsonaro esvazia o esforço do vice-presidente Hamilton Mourão para convencer investidores de que o Brasil leva a sério a preservação do Meio Ambiente. Ao manter Pazuello, o presidente gruda na imagem das Forças Armadas os mortos da Covid-19. Mas de uma coisa Bolsonaro não se livra: o rosto do presidente é a cara da crise.
* O autor é editor deste blog e promotor de justiça, aposentado.
Fones: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/07/17/interna-brasil,873098/covid-19-e-urgente-que-a-hidroxicloroquina-seja-abandonada-diz-sbi.shtml
http://cloviscunha.blogspot.com/2020/07/o-nome-do-problema-nao-e-salles-nem.html
https://g1.globo.com/agora-e-assim/noticia/2020/07/19/agora-e-assim-brasil-nao-tem-previsao-para-fim-da-covid-19-e-precisa-investir-em-estrutura-para-combater-doenca-dizem-convidadas.ghtml
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