Supremo anula interceptações sobre ex-senador Demóstenes Torres
Quarta feira, 26 de Outubro de 2016
O ex-senador Demóstenes Torres : interceptações telefônicas nulas
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou ontem,terça-feira (25) a validade de provas obtidas em gravações telefônicas envolvendo o ex-senador Demóstenes Torres nas Operações Vegas e Monte Carlo, realizadas entre 2008 e 2012 para investigar negócios do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
A decisão – que ainda poderá ser contestada na própria Corte com recursos do Ministério Público – não anula a ação que Demóstenes responde junto à Justiça de Goiás, mas esvazia boa parte das provas reunidas na denúncia, em que é acusado de corrupção e advocacia administrativa em favor de Cachoeira.
Na Segunda Turma do STF, a anulação foi determinada com unanimidade de votos: além do relator do caso, ministro Dias Toffoli, votaram da mesma forma os ministros Teori Zavascki, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Gilmar Mendes.
No julgamento, os ministros analisaram um pedido da defesa que já havia sido negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no ano passado.
No julgamento, os ministros analisaram um pedido da defesa que já havia sido negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no ano passado.
A alegação é de que houve "usurpação de competência" do STF, sob o argumento de que Demóstenes teve ligações interceptadas sem autorização da Corte, mas por determinação de um juiz de primeira instância.
Por regra da Constituição, senadores e deputados federais só podem ser investigados pelo Supremo, em razão da chamada "prerrogativa de foro" ou "foro privilegiado".
"Ele é gravado 380 vezes e citado 1.939 vezes. É investigado através de campana para ver se ele iria a determinada reunião. Há orientação do delegado para não juntar aos autos. Mas ao final é juntado aos autos. Ele foi efetivamente investigado pela PF, dolosamente", disse na tribuna o advogado de Demóstenes, Antônio Carlos de Almeida Castro.
A ligação entre Demóstenes e Cachoeira levou à cassação do senador em 2012, sob a suspeita de que ele usava o cargo para ajudar os negócios do bicheiro.
No julgamento desta terça, o relator da ação, ministro Dias Toffoli, afirmou que a Justiça de Goiás e o Ministério Público estadual investigaram Demóstenes irregularmente. Para ele, o inquérito deveria ter sido remetido ao Supremo desde o início das investigações.
“Todas as interceptações foram feitas por autoridade incompetente para investigar senador da República, todas elas”, afirmou o ministro.
Antes de proclamar o resultado, o presidente da turma, Gilmar Mendes, disse que o caso é “de escola”, em referência à importância do caso.
Depois, fez críticas ao Ministério Público, que guardou a investigação por mais de um ano sem comunicar o envolvimento de parlamentar ao STF.
“Conscientemente, por tempo indeterminado, se deixou que a ação policial investigativa prosseguisse em relação a pessoas que eram dotadas à época de prerrogativa de foro […] Inclusive pelo que eu percebi, esse processo ficou um ano e meio na Procuradoria Geral da República. Portanto, um bom caso de exame de abuso de autoridade. Todos nós, somos muito severos em apontar o erro alheio… É preciso olhar para dentro, para os próprios erros que se cometem”, afirmou.
fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/10/supremo-anula-interceptacoes-sobre-ex-senador-demostenes-torres.html
n.b: os negritos são nossos
imagem de http://www.caldeiraopolitico.com.br/
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