Ponto de vista: A Invasão russa à Ucrânia e a mentira política espalhada a favor de Bolsonaro ...

 Domingo, 27 de Fevereiro de 2022


Tom Oliveira *

Meus amigos,

Historicamente, Rússia e Ucrânia ganharam os contornos atuais em 1991, no ano em que ruiu a União Soviética e as 15 Repúblicas que a compunham, entre as quais a Ucrânia. Ocorre que na separação e independência, a Ucrânia ficou com a segundo maior território, atrás apenas da própria Rússia.  Com o tempo, os novos dirigentes políticos ucranianos se aproximaram do ocidente e da América ( leia-se, Estados Unidos ) e a maioria de sua população foi a favor da aproximação com a União Europeia e o ingresso na OTAN, a Organização de  Tratado de Atlântico Norte. Ser membro da OTAN significa gozar dos direitos e benefícios dos países aliados e, sobretudo, ter a garantia de proteção militar dos EUA, por exemplo e isso é inadmissível para Vladimir Putin. Em 2013, a  Rússia pressionou de tal modo que o presidente ucraniano à época, Viktor Yanukovich, teve de renunciar com receio de uma invasão russa. Os russos de Putin não gostaram da manobra ucraniana de aderir aos Estados Unidos, a quem ainda consideram inimigo, e exigiram do Kremlim a anexação de duas regiões ucranianas e que ficavam no território alheio: a Criméia e uma parte do Donbass, o que de fato aconteceu, embora o governo de Ucrânia nunca tenha reconhecido essa tomada e, consequentemente,  nunca mais se restabeleceu  o diálogo. O assédio russo foi tão visível que a Ucrânia nunca decidiu oficialmente integrar a OTAN. A Ucrânia era hoje, antes da guerra,  um país novo com toques europeus muito visitada por turistas  e era considerada o berço da Rússia moderna, com laços sociais e culturais com Moscou ( e também com parte da Europa ), e o russo é o idioma amplamente falado pelos ucranianos.

 No ano passado, o presidente russo escreveu um longo artigo descrevendo russos e ucranianos como "uma nação" e descreveu o colapso da União Soviética, em dezembro de 1991, como a "desintegração da Rússia histórica" e considera que os atuais líderes ucranianos estão implementando um "projeto anti-Rússia" e solicitou a OTAN que não interferisse na entrada da Ucrânia no bloco ocidental. Enfim, Putin exigiu garantias de que a Ucrânia não seria aceita na OTAN, pedido que foi negado.

  Agora, na quinta feira passada,  a Rússia de Putin iniciou oficialmente a invasão à Ucrânia, com bombardeios , invasão e tomada de Chernobyl, a usina nuclear localizada na cidade do mesmo nome na Ucrânia e que  explodiu em 1986, com milhares de mortes, o que deixa as grandes potências em alerta,  já  que os militares russo terão acesso à material  nuclear em localização estratégica.  Essa ameaça de Putin à Ucrânia, é bom que se diga, já vem sendo planejada  desde 2014, há mais de 8 anos, desde quando a Rússia tomou a Criméia. Rússia e EUA são  as duas maiores potências em material nuclear. Somente para se ter uma ideia, se ambos países acionassem suas ogivas nucleares, o mundo praticamente seria dizimado, inclusive nós,  aqui no Brasil. Aliado ao fato de que a Ucrânia não é filiada a OTAN então, tecnicamente,  este seria o motivo porque o governo americano / União Européia não entrou na guerra com o envio de tropas. A OTAN  deve proteger seus aliados, e a Ucrânia está em negociação para ingressar, cujo pedido encontra-se  " engessado " por Putin. Por isso que o presidente americano, Joe Biden  agora oferece 2,8 bilhão de ajuda militar , mas o presidente ucraniano, Volodimyr Zelensky,  rejeitou a remessa, dizendo que estão precisando é de munição,  não de carona .  Mais prática, a presidente da Comissão Européia, Ursula von der Leyen, informou que um grupo de bancos russos, com grandes ativos, serão banidos do sistema Swift, usado para todas as transações bancárias internacionais. Ou seja, é atacar os oligarcas russos pelo bolso. Se o plano vingar, a Rússia sofrerá custos pesados altíssimos, inclusive impedindo o rico Banco Central russo de operacionalizar em razão da prisão dos seus recursos. Infelizmente, essa é uma guerra que já se sabe antecipadamente o vencedor. A Ucrânia não tem força bélica para fazer frente à Rússia de Putin que, aliás,  vem pedindo às mídias/imprensa internacional  que não tratem o conflito como guerra, exatamente porque não estão  utilizando os mais avançados armamentos.

E o que isso tem a ver com Bolsonaro: Explica-se:  

Como se sabe,  no Brasil, foi vendido a ideia de que na sua viagem à Rússia, semana retrasada,  Bolsonaro teria convencido o presidente Putin a desistir da iminente invasão à Ucrânia. O  dublê de ministro e safoneiro, Gilson Machado, do Turismo , chegou a dizer que, com essa atitude benéfica   Bolsonaro seria um forte candidato ao premio Nobel pela Paz, e apressou-se a postar montagem falsa com a capa da revista New York Times .

No blog do Clóvis Cunha esclarece-se que tudo é mentira,  Putin não ouviu o mito:

" Se não estivesse gravado, seria difícil acreditar. Quando os tanques russos já se aproximavam da fronteira da Ucrânia, um ministro brasileiro assegurou que o mundo podia dormir tranquilo. Segundo Gilson Machado, Vladimir Putin teria desistido da invasão ao ouvir uma “mensagem de paz” de Jair Bolsonaro. “Graças a Deus , já foram retiradas as tropas e não  se fala mais em guerra "
O dublê de ministro e sanfoneiro não delirou sozinho. Apenas repetiu para as câmeras a mentira que circulava nas redes bolsonaristas. Desde que o capitão pisou no Kremlin, no início da semana retrasada, a fábrica das fake news trabalhou pesado. Com memes e notícias falsas, propagou a cascata de que o Mito teria evitado a Terceira Guerra Mundial.

Para fechar esse circo de horrores de " nossas autoridades ", o Vice Presidente Mourão foi o único que veio a público discordar da invasão russa. À noite do mesmo dia foi " desautorizado " pela enésima vez por Bolsonaro. Já o ministro da Relações Exteriores, Carlos França, que acompanhava o presidente no momento dessa desautorização, engoliu a seco uma humilhação pública proporcionado pelo chefe. Bolsonaro desviou o assunto e exibiu uma foto de si mesmo e perguntou ao chanceler se estava bonito e ele, constrangido,   respondeu:

- Muito bom, presidente !

 Certo estava o teólogo, monge errante e mestre espiritual indiano, Swami Paatra Shankara:

 " Um idiota sempre atrai idiotas que o seguem . Na política isso é uma constante "



* o autor é editor do blog.





fontes:https://g1.globo.com/mundo/ucrania-russia/noticia/2022/02/25/por-que-a-russia-nao-quer-a-ucrania-na-otan.ghtml

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2022/02/24/A-invas%C3%A3o-militar-da-R%C3%BAssia-%C3%A0-Ucr%C3%A2nia-explicada-em-5-mapas#:~:text=A%20R%C3%BAssia%20iniciou%20na%20quinta-feira%20%2824%29%20um%20ataque,de%20Putin%20sobre%20a%20Ucr%C3%A2nia%20n%C3%A3o%20foi%20repentino.

www.cloviscunhsa.blogspot.com

Imagens capturadas na net

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