Maceió,AL: Justiça Determina a Prisão de Médicos legistas, em greve... Entenda a celeuma.

Segunda Feira, 24 de Setembro de 2012



Alagoas: justiça determina prisão de médicos legistas em greve
O juiz Maurício Brêda, integrante do Conselho Estadual de Segurança, esteve no local e constatou que nenhum médico apareceu para trabalhar Foto: Reprodução
No primeiro final de semana de greve do Instituto Médico Legal Estácio de Lima, em Maceió, a Justiça determinou a prisão dos médicos legistas de plantão, que se recusaram a fazer a necropsia em 17 corpos.
Em reação, o Sindicato dos Médicos pediu que os profissionais fujam de Alagoas para não serem presos. Oficialmente, o sindicato não recebeu o pedido de prisão. Nenhum médico legista atende em Maceió.
Na próxima terça-feira(25), médicos e Governo voltam a sentar, para discutir o fim da greve, na sede do Tribunal de Justiça.
Neste sábado(22), o clima de tensão com famílias desesperadas na porta do instituto obrigou o Centro de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar a reforçar a segurança no prédio.
O juiz Maurício Brêda, integrante do Conselho Estadual de Segurança, esteve no local e constatou que nenhum médico apareceu para trabalhar.
- A situação é esta que os senhores estão vendo. Os médicos Sérgio Marinho de Gusmão e José Renalvo Alves Barbosa incorrem em crime porque não podem suspender um serviço considerado essencial. Como estão prevaricando, estão com ordem de prisão, disse o magistrado.
O GLOBO percorreu os corredores do IML e constatou que os corpos estavam no chão, nas "pedras" (local das necropsias) e nas geladeiras, sem espaço para novos cadávares.
Os rabecões estavam estacionados na garagem do instituto, trancada com cadeado.
O secretário de Defesa Social, coronel Dário César, disse neste sábado que foi solicitado o bloqueio de bens do Sindicato dos Médicos e multa a cada um dos 30 profissionais porque nenhum legista realizou necropsia ou exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal Estácio de Lima.
- Essa paralisação é um flagrante desrespeito à legislação, ao Judiciário e às famílias das vítimas de morte violenta. É intransigência do sindicato", disse o secretário.
- Ontem (sábado) nós já pedimos autorização para enterrar os corpos sem necropsia, para que as famílias não esperem mais.
Na próxima segunda-feira, o Conselho Estadual de Segurança deve se reunir para recomendar ao Governo que faça contratações emergenciais de médicos legistas.
A vigília das famílias continua no IML
Um deles, o de Belmiro Alves Nobre, de 38 anos, assassinado a tiros em um ponto de ônibus no bairro de Jatiúca. Faz 14 horas que o corpo está no instituto.
- Não tem previsão de liberação. Falaram que só na quarta-feira. Não é possível. É muita dor. Meu avô (pai de Belmiro) não aguenta mais, disse a jornalista Laíse Moreira. O tio dela, Belmiro Alves Nobre, de 38 anos, foi assassinado a tiros em um ponto de ônibus, no bairro de Jatiúca.
Mesma agonia para a família de Valderi Jorge da Silva, de 26 anos. Ele morreu no Hospital Geral do Estado, após ser atingido por tiros no bairro do Jacintinho- um dos mais violentos da capital alagoana.
- Moço, é uma injustiça isso. O que eu vou dizer a minha mãe? O Brasil não pode ser um país tão cheio de gente ruim. Eu nunca mais vou ver meu irmão vivo. Será que ninguém vê isso?, pergunta a irmã, Daijana Jorge da Silva.
Em junho, 124 corpos foram enterrados em Alagoas sem necropsia. Na sexta-feira, o Ministério Público Estadual pediu à Justiça que os corpos fossem enterrados nas mesmas condições. A direção do instituto vai contratar um caminhão frigorífico para que os cadáveres não apodreçam no chão do IML.


Fonte: Portal Extra Alagoa
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