Mensalão: Advogados de Defesa, Na Falta do que dizer, Criticam o PGR...

Quarta Feira, 08 de Agosto de 2012

... rápidas considerações do blog

... para defender seu rico cliente, o advogado pode argumentar qualquer fato que julgar importante e, às vezes, até questões inócuas são arguídas. O problema cresce quando, na falta do que dizer, partem para o confronto, puro e simples, com críticas ao Procurador Geral da República que, diferentemente, teve que se ater aos autos  para justificar a denúncia e requerer a condenação dos envolvidos. E é este espetáculo, um tanto quanto circense, que estamos a assistir via TV. Todos, até agora, dão  ênfase no ataque a Gurgel.  José Carlos Dias, criminalista de escol, foi advogado de presos políticos na ditadura. Como político que também é, exerceu a secretaria de justiça de São Paulo ( governo Franco Montoro ) e foi Ministro de Estado da Justiça, no governo de Fernando Henrique. Para defender sua cliente ré no mensalão, Sra. Kátia Rabello, aquela do Banco Rural, usou sua biografia de criminalista  para dizer que sua cliente  é inocente e seu banco cometeu o crime de ter agido com transparência. Gozação demais.  Leia a matéria de Reinaldo Azevedo que explica com propriedade os fatos.  Confira



Reinaldo Azevedo


Na metáfora de Dias, Roberto Gurgel vira o delegado Fleury da tortura psicológica. Não dá!

José Carlos Dias reservou o pior — alguns dirão que é o melhor — de sua fala para o fim da intervenção. Resolveu colocar a sua experiência de advogado que defendeu presos políticos a serviço de sua cliente, Kátia Rabello, essa grande “mulher mineira”, essa “moça com alma de artista”. E o que fez o doutor?
Lembrou ter sido advogado de um jovem economista, depois jornalista, que fora torturado no DOI-Codi, inclusive pelo delegado Fleury, e condenado pelo Superior Tribunal Militar a 30 anos de prisão. No STM, informou Dias, ele conseguiu reduzir a pena para 15 anos. Decidiu então recorrer ao Supremo. E ali conseguiu a absolvição.
Em seguida, afirmou que a situação hoje, claro!, é muito melhor. Mas não perdeu a chance: sua cliente estava sendo intimamente torturada. Advogado há 50 anos, disse confiar no tribunal e pediu a absolvição desta “moça que merece respeito”. Ou, então, disse Dias, “é melhor voltar para casa”.
Com o devido respeito a José Carlos Dias, acho sua retórica exagerada e até desrespeitosa. Se ele não desistiu de advogar nem numa ditadura, por que haveria de fazê-lo numa democracia?
A metáfora é dele, não minha. Se Kátia Rabello, na sua fala, corresponde àquele rapaz que fora torturado no DOI-Codi, então Roberto Gurgel, o procurador-geral, virou o delegado Fleury da hora. As palavras fazem sentido, doutor Dias! Se o senhor escolheu esse caminho, cabe-me repudiá-lo e classificá-lo de infeliz.
Foi mais um dia em que assistimos ao desfile dos mártires. Ontem, o advogado de Genoino evocou até o nazismo. Hoje, José Carlos Dias, querendo confundir a sua própria biografia com a da cliente, resolveu ressuscitar os porões do DOI-Codi.
Dias não deveria tratar assim a sua própria biografia, ainda que queira lustrar a de sua cliente. Afinal, doutor Dias, o mensalão — ou como queira o senhor chamar aquela lambança — foi exatamente uma agressão ao estado de direito.
Por Reinaldo Azevedo



Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/na-metafora-de-dias-roberto-gurgel-vira-o-delegado-fleury-da-tortura-pesicologica-nao-da/

publicado em 07 de agosto de 2012

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