Opinião: Exploração de Pobres Por Igrejas Fere o estado Laico
11/05/12
As igrejas que se enriquecem explorando os pobres com a cobrança de
dízimo exagerado representam um desrespeito ao artigo 19 da
Constituição, que determina a laicidade do Estado. A afirmação é do juiz
federal Rodrigo Zacharias (foto).
Em artigo para o jornal Comércio de Jahu, da cidade de Jaú (SP), onde
tem jurisdição, Zacharias acusou o poder público de ser conivente com a
“usurpação do Estado laico pela religião”.
No caso do dízimo, ele não especificou nenhuma igreja, mas são as
evangélicas pentecostais que mais têm se aproveitado da crença dos mais
pobres para acumular fortunas para seus líderes, sem que as autoridades
nada façam, incluindo as do Ministério Público.
No entendimento do juiz, a imunidade dessas igrejas perante ao poder estabelecido é “injustificável”.
Zacharias também escreveu que o governo federal passou por cima da
Constituição ao assinar em 2008 um acordo com o Vaticano que concede
privilégios à Igreja Católica.
Para ele, no Brasil não há, a rigor, separação entre Estado e
religião, como demonstram o ensino da religião católica nas escolas
públicas e a presença de símbolos religiosos em prédios públicos,
incluindo o do STF (Supremo Tribunal Federal).
Ainda como exemplo de descaso para com o Estado laico, o juiz, que é
ateu, apontou a nomeação de ministros que defendem interesses de igrejas
e a existência de “tantos feriados cristãos, como Sexta-feira Santa,
dia de Nossa Senhora de Aparecida e Corpus Christi”.
Zacharias dedicou a primeira parte de seu artigo de cerca de 700
palavras a explicar a diferença entre ateus e crentes e o relacionamento
deles com o Estado.
Fonte: Blog Izidoro Azevedo
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